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Relatório de aprendizagens

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RELATÓRIO DE APRENDIZAGENS
 
 
RELATÓRIO DE APRENDIZAGENS
 
 
 
 Eu decidi aprofundar meus conhecimentos sobre necesidades especiais, por ter muitas dúvidas referentes a inclusão de alunos portadores de necessidades especiais na escola regular.
Tenho observado muitos alunos com necessidades especiais  nas classes regulares,mas sem profissionais habilitados para trabalhar com esses alunos, então me parece que a inclusão é somente social e não de aprendizagens.Também temos aqueles alunos que não desenvolvem cognitivamente, por ter algum tipo de necessidade especial e não ter sido dianosticado.
Elaborei algumas perguntas para uma psicologa responder sobre essa questão.
-Como posso perceber que um aluno possui necessidade especial?
 -Todo aluno portador de paralisia cerebral possui dificuldade na aprendizagem?
-Como lidar com alunos portadores de deficiência,auditiva, visual e motora em sala de aula onde tem mais 28, 30 ou mais alunos?
A psicóloga  preferiu uma conversar informal, onde fez várias colocações interesantes.
 
Segundo a psicóloga  Adriane existem vários níveis de paralisia cerebral, os portadores de paralisia cerebral que são encaminhados para a escola regular são os de lesão leve e os de lesão leve à moderada. Esses alunos podem apresentar uma aprendizagem mais lenta ,mas é importante o convívio com ditos ¨normais” para ter uma aceleração no seu processo de aprendizagem e também para as crianças "normais" é importante  conviver com o diferente e ser solidário, e para que isso aconteça é muito importante o papel do professor . A psicóloga ressalta que tem paralisia cerebral que não afeta a parte cognitiva do aluno, mas pode afetar a área motora, visual ou auditiva, nesses casos também pode ser incluído em classe regulares.
 
 
 
-A psicóloga diz que considera de extrema importância os alunos serem tratados com igualdade dentro da sala de aula, sempre respeitando as limitações de cada um, mas vejo que falta  incentivo aos profissionais da educação para o aperfeiçoamento e melhor compreender e tratar essas diferenças.
 
Adriane lembra que antes as crianças com necessidades especiais não eram apresentadas a sociedade era comum viverem enclausuradas com suas mães. Muitas crianças não participavam nem de festividades familiares, eram escondidas e viviam no convívio de poucas pessoas, hoje isso mudou e ela vê com bons olhos a inclusão escolar, mesmo com as deficiências iniciais, pois acredita que a escola, a comunidade, os familiares, os profissionais e as autoridades governamentais em conjunto estão a cada ano melhorando nesse sentido. No capitulo V da Lei de Diretrizes e Bases os artigos 58 e 59 ,nos dão garantias de inclusão escolar.
"Art. 58. Entende-se por educação especial, para os efeitos desta Lei, a modalidade de educação escolar, oferecida preferencialmente na rede regular de ensino, para educandos portadores de necessidades especiais.
    § 1º. Haverá, quando necessário, serviços de apoio especializado, na escola regular, para atender às peculiaridades da clientela de educação especial.
    § 2º. O atendimento educacional será feito em classes, escolas ou serviços especializados, sempre que, em função das condições específicas dos alunos, não for possível a sua integração nas classes comuns de ensino regular.
    § 3º. A oferta de educação especial, dever constitucional do Estado, tem início na faixa etária de zero a seis anos, durante a educação infantil.
Art. 59. Os sistemas de ensino assegurarão aos educandos com necessidades especiais:
  1. currículos, métodos, técnicas, recursos educativos e organização específicos, para atender às suas necessidades;
  2. terminalidade específica para aqueles que não puderem atingir o nível exigido para a conclusão do ensino fundamental, em virtude de suas deficiências, e aceleração para concluir em menor tempo o programa escolar para os superdotados;
  3. professores com especialização adequada em nível médio ou superior, para atendimento especializado, bem como professores do ensino regular capacitados para a integração desses educandos nas classes comuns;
  4. educação especial para o trabalho, visando a sua efetiva integração na vida em sociedade, inclusive condições adequadas para os que não revelarem capacidade de inserção no trabalho competitivo, mediante articulação com os órgãos oficiais afins, bem como para aqueles que apresentam uma habilidade superior nas áreas artística, intelectual ou psicomotora;
  5. acesso igualitário aos benefícios dos programas sociais suplementares disponíveis para o respectivo nível do ensino regular".
 
Também conversei com a fonoaudióloga da APAE de Alvorada , sobre o que ela pensa sobre a inclusão de alunos portadores de necessidades especiais nas escolas regulares.
 
 A fono Bianca, diz que os alunos com necessidades especiais podem ser incluídos em escolas regulares, mas pensa que algumas patologias fica complicado . Ela coloca que no caso de paralisia cerebral (onde a deficiência é predominantemente motora), surdez ou cegueira, por exemplo, a acessibilidade se torna mais uma questão de adaptações físicas e estruturais, como rampas, intérprete de Libras, máquinas de Braile, que propriamente mudanças curriculares.Bianca considera a inclusão dessas crianças necessária, pois apesar da deficiência física o cognitivo esta preservado e a socialização e o respeito pelo "diferente" é extremamente saudável para a formação do indivíduo. Entretanto, não tem a mesma opinião com relação às crianças com deficiência ou retardo mental.Para ela estas crianças  necessitam de um currículo escolar diferenciado, adaptado às suas dificuldades e potencialidades cognitivas. Bianca pensa que nas condições em que o professor trabalha, com uma jornada de três turnos por dia, a maioria deles, número elevado de alunos, baixo salário e desvalorização da categoria e ainda ter que dar atenção a um aluno que não acompanha os conteúdos, é uma crueldade com o professor , com o aluno , com os outros alunos e pais.Por isso considera que crianças com necessidades especiais, deficiência na parte cognitiva devem ingressar em escolas especiais.Antes de concluir deixou claro que nos casos de surdez e cegueira é passível de inclusão escolar desde que exista a adaptação estrutural , governamentais e a categoria (educadores) se una  para a contratação de intérpretes de LIBRAS, entre outras medidas, para auxiliar o professor sem especialização em classes especiais.
 
 Segundo Beyer,"A Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional de Nº 9.394 de 1996, ainda que com determinadas imprecisões e indefinições, sinaliza como espaço preferencial do atendimento educacional dos alunos com necessidades especiais as escolas do ensino comum. "(BEYER, 2005, p.7)
 
Na escola estadual,onde estudão meus três meu filhos menores, tem dois alunos com necessidades especiais na área da visão, um foi colega do menor no ano que passou, sabendo disso, procurei novas informações este ano, sobre os alunos matriculados na escola com necessidades especiais.Falei informalmente com a orientadora educacional ,que  me relatou três casos de alunos com necessidades especiais. Sendo dois irmãos com baixa visão, um cursando a quarta série e o outro no segundo ano , também relatou que tem uma menina cadeirante na quarta série do ensino fundamental.A orientadora relatou que o atendimento a esses alunos é feito pela professora e quando a professora precisa de ajuda pede  ao SOE (serviço de orientação educacional), ela ressalta que a escola não possui nenhum especialista na área de educação especial, para atuar em conjunto com as professoras desses alunos.
O menino com deficiência visual está tendo um assessoramento da professora e excepcionalmente da Orientação da escola, mas em condições impróprias para o desenvolvimento do trabalho. Falei com a professora e observei por alguns minutos como ela trabalha em sala de aula, persebe-se um empenho da professora em ser útil na aprendizagem do menino, em fazer adaptações para que ele consiga realizar as atividades, mas ela está praticamente sozinha.
Ela relatou que ele faz tratamento por ser também hiperativo, mas a profissional que realiza este trabalho, não o faz em conjunto com a professora. São trabalhos isolados sobre uma mesma pessoa.
Todo o trabalho da professora é baseado na prática, buscando soluções do que pode facilitar o trabalho de aprendizagem do menino. Não possui formação específica e nem ajuda de pessoa habilitada em educação especial.A professora tem se empenhado muito, apesar de manter o número alto de alunos por turma, Ela amplia todo o material escrito e quando passam atividade no quadro, faz em tamanho ampliado em papel para eles copiarem, também foi colocado uma forração azul escura na sua classe, para contrastar com o caderno do aluno, no caderno é usado somente um lado da folha, para evitar o sombreamento e o espaço entre  as linhas é maior.Todo o trabalho da professora é baseado na prática, buscando soluções para facilitar o trabalho de aprendizagem do menino. Não possui formação específica e nem ajuda de pessoa habilitada em educação especial.Esta observação foi no turno da manhã na turma de segundo ano, a professora tem outra turma de segundo ano à tarde e meu filho menor é aluno dela, o que facilitou a observação. 
Enquanto estava na escola pude perceber que  foram adaptadas rampas para o acesso de entrada e para a pracinha. A orientadora me relatou que a menina cadeirante não possui problemas com a aprendizagem, mas nãoconsegue usar os sanitários sozinha,  ela precisa da ajuda  de outros quando é necessário ir ao banheiro, e sua turma necessariamente tem que ficar no térreo, pois o acesso ao andar superior é somente por escadas.    
Nesta observação, percebe-se que não se trata simplesmente de efetuar a matrícula de um aluno com necessidades especiais. É necessário que se desenvolvam medidas que dê sustento à vaga deste aluno.
Na escola de uma professora conhecida tem duas meninas com sindrome de Down, sendo que uma tem 8 anos e consegue interagir com os colegas, mas segundo a professora no cognitivo não consegue acompanhar, mas a outra menina tem 19 anos, não fala e não interage com os colegas, também não evolui na aprendizagem. A professora disse que tem buscado ajuda em todos os lugares possíveis, é formada em Pedagogia , tem especialização em orientação escolar, mas não se sente preparada para assumir tamanha responsabilidade.
Segundo Beyer (2005), as falas dos docentes anunciam e denunciam dificuldades, frustrações, temores, porém a esperança de que, através de vários intercâmbios a serem estabelecidos entre professores, pais, alunos, e outros sujeitos do espaço escolar, avanços e transformações possam ser produzidos, gerando-se, quem sabe, uma inclusão escolar possível.
Ao longo deste estudo pude perceber que estamos longe do ideal esperado.Pelos relatos ouvidos e visitas que fiz, constatei que as dificuldades ainda são grandes: falta de formação adequada dos professores, trabalho individual ao invés de associado ao profissional especializado, elevado número de alunos na sala, falta de estrutura tanto física como também docente, são alguns dos obstáculos, que  podem  levar ao retrocesso do que pensamos em educação para todos.Na verdade, a política de inclusão na rede regular de ensino, não conciste apenas na permanência física desses alunos junto aos demais educandos,mas representa a ausadia de rever concepções e paradígmas, bem como desnvolver o potencial dessas pessoas,respeitando suas diferenças e atendendo suas necessidades.
A escola para todos requer ajustamento pedagógico às necessidades do aluno, assim como uma dinâmica curricular.Desta forma não será o aluno moldado ou adaptado à escola, mas a escola consciente de sua força, coloca-se a disposição do aluno,tornando-se um espaço incluso.Dificuldades existem, barreiras também, mas para abrir caminhos temos que ter disponibilidade interior, sermos sensíveis, nos capacitarmos e aprendermos a lidar melhor com as diferenças em sala de aula.O que não podemos é acreditar que apenas a lei e os órgãos públicos  que são responsáveis por esta questão.Entendo que o sucesso da inclusão escolar depende  da ação de todos os envolvidos na busca de melhores condições para a aprendizagem destas crianças. 
 
 
 

Sites visitados:http://www.cedipod.org.br/

 

                       http://www.surdo.com.br/noticias/noticia.asp?id=328

 

                       http://www.radiofandango.com.br/archive/valor.php?noticia=8977

 
                            http://www.profissaomestre.com.br/php/verMateria.php?cod=3585
                            http://www.tvebrasil.com.br/SALTO/boletins2001/edc/edctxt4.htm
                            http://www.educacaoonline.pro.br/art_ressignificando_a_escola.asp?f_id_artigo=446
 
 
Revista consultada: Revista da Educação Especial.Jul/2006
Livro consultado: A inclusão e avaliação na escola de alunos com necessidades educacionais especiais.Hugo Otto Beyer.Porto Alegre: Mediação, 2005.
 
 
 
 

 

 

Comments (1)

Anonymous said

at 2:44 pm on Jul 7, 2008

Oi Marivani, percebo que trabalhastes bastante. Pena que não fostes fazendo relatórios parciais onde tu colocarias os novos questionamentos que devem ter aparecido depois das tuas leituras e entrevistas. Assim, poderíamos acompanhar os redirecionamentos que destes ao PIE.Trabalhar sozinha é bem mais difícil mas, em compensação, é um exercício excelente de autonomia. Com certeza, se aprende mais qdo se quebra a cabeça para resolver um problema que a gente se coloca. O mais importante é a flexibilidade para ir redirecionando o problema e os trabalhos em função das descobertas. Com isso, confirmas a necessidade de se respeitar problemas e interesses dos alunos não achas?
Um abraço
Bea

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